Quando estou com alguém parece que nunca chega o momento de descer do palco. É bom estar no foco, mas uma hora eu tenho que tirar a maquiagem e agradecer o elenco. Obrigada, figurantes. Adeus, tentativa de alegria, vou ali reclamar um pouquinho, só pra exercitar.
É que tudo isso é muito novo pra mim; dividir medos. Dividir soluções pros meus medos. Eu nunca fiz isso. Quando alguma coisa tá errada, eu arrumo um jeito de conviver com isso sem atrapalhar ninguém. Mas daí chega você e quer consertar o que está errado. Isso é lindo, mas eu tenho medo de não saber lidar com as coisas do jeito que elas são, fora da realidade que eu criei.
Eu só quero que acabe logo pra virar texto. Só quero que seja o menos doloroso possível, pra mim, pro resto do mundo. Eu me acostumei tanto em ser sozinha que já não sei mais ter alguém. Eu sempre resolvi toda minha dor por dentro, criei métodos de implodir o que me deixa mal. Não quero dividir. É tudo meu. Todo o meu podre é meu e ninguém mais leva. E não faz nada pra tentar me deixar feliz. Eu não quero estar feliz. Eu gosto de reclamar, de me conformar e dizer "tudo bem, eu sou assim". Não diz que eu fico linda assim. Não diz que se adapta ao meu jeito estranho de ser. Eu sei que eu sou chata, mas eu me suporto e me basto. Sozinha.
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